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Mostrando postagens de 2014

Nem faz tanto tempo.

Confesso, fiquei esperando. Para ver seu rosto, para lembrar que tudo que sinto é real. Fiquei esperando e o sinal não veio, seu rosto não veio, sem ao menos uma pequena mensagem para me avisar que você não pode cumprir o combinado. Os dias correm com o trânsito, com o calor. Onde estamos não nos permite muito um pelo outro. Não precisaríamos abraçar o mundo, nem fazer juras irreais. O que eu precisava, o que eu oferecia era apenas um :"como foi o seu dia?" a sinceridade de querer saber, de querer compartilhar momentos. O que mais podemos oferecer um ao outro? Mesmo que você estivesse ao meu lado, a vida urbana demanda foco, tempo. Isso que tenho para oferecer, a sinceridade de querer o seu bem, compartilhar relatos e momentos de uma vida corrida e feliz. O detalhe é que eu quis tanto oferecer isso a você mais do que a qualquer outra pessoa.  Eu quis mais de você, ser mais para você.

Sobre enxergar.

A pele negra brilhava no sol de meio dia. De cabelos brancos e rosto marcado pela insanidade ele caminhava torto em minha frente. O cheiro era ruim, as roupas estavam sujas e surradas, sua casa e sua cama deveria ser o asfalto da cidade. Ele flertou com uma jovem, olhou para ela, em seu shortinho jeans, e assoviou. A outra mais na frente ele balbuciou algo como "minha linda". Recebeu em troca, um olhar de nojo, outro de desprezo. Os demais ignoravam-o completamente. "Ai meu deus! Ele não se enxerga não é?" Indagou alguém. Se enxerga sim, pensei eu. Se vê pelo menos como homem, e suas "necessidades masculinas", e talvez fosse melhor para nós enxerga-lo também. Suportaríamos as respostas ásperas às nossas investidas? Suportaríamos os olhares cegos a nossa existência? Se quando "ele" não liga no dia seguinte, já ficamos angustiadas, imagina um dia, sem ser vista, como gente. Como ficaria nossos corações? Abra os olhos, por que o outro é u...

Amor em vida. Segundo capítulo.

Fechou os olhos e sua mente se espalhou pelos mundos. Ela aprendeu que é preciso ter medo. Medo do desconhecido, de não ser aceita, de não ser bonita, de não ser ouvida, de escutar demais, de deixar para trás e de levar consigo. O medo foi por vida seu melhor amigo. O pior que podia ter aprendido, foi ter medo de acreditar. O pôr do sol, conseguia ser lindo todos os dias, mas o medo dizia, isso é impossível. Sua alma, acordava querendo dançar, rápido ou devagar, e fazer o melhor do momento presente, mas o medo dizia, isso é inalcançável. Ah medo, meu doce e implacável amigo. Um dia então, foi convidada e resolveu abraçar árvores, cheia de medo de tudo aquilo. E se eu gostar? e se fizer papel de boba? E se eu for chamada de louca? Depois de algumas árvores, abraços e entraves, pense qual não foi sua surpresa ao perceber qual era o maior de todos os medos? " e se eu ACREDITAR? que ela está viva, cheia de energia, junto comigo e com todo o resto do universo?...

Sobre amar a vida, primeiro capítulo.

Abriu os olhos, era cedo ainda. Os olhos inundados de sol, fecharam de novo. Estava sonhando com você e não queria ter acordado agora. Tentou voltar a dormir mais três vezes. Fez birra com os lençóis. Realmente não queria acordar agora. Não teve jeito, o sol era convidativo, mesmo que ela estivesse desanimada. Levantou e foi se arrastando cuidar das responsabilidades. Após uma primeira rodada de afazeres, e algumas visitas inesperadas, desabou na cama de novo. A mente cansada se recusou a sonhar no começo, sabia que se deixasse ela sonhar com você, acordar seria mais difícil, mas o coração não quis nem saber. E sonhou. Acordou novamente, a duras penas. Tomou um banho, vestiu um sorriso amarelo, combinado com os olhos cansados. Precisava ser o mundo, ver a vida correndo nas veias, estava sufocando. Olhou para você na pequenina foto, te mandou um beijo e saiu. Não foi muito longe, mas se divertiu mais o que imaginava. Dançou, olhou em volta. As vezes tinha a impressão de ter você, ...

Prelúdio de um voo, Dois.

Imagem
a autopiedade é como um bolo que você gosta, só que doce demais. Demais da conta. Daqueles que você continua empurrando para dentro, e não sabe como suportou o primeiro pedaço. Se terminar de engolir tudo com uma coca cola então, pronto! Pode prostrar-se e morrer, sendo vítima do tédio. Dito isto, preciso te contar uma coisa. Tinha medo. Subi no alto de uma montanha verde, quando o sol já beijava o mar e pulei. Tive todas as certezas, que se podia ter ao pula do alto da própria vida. A certeza que ia cair, que espatifar me, que sangraria sozinha até morrer.  Açúcar demais no meu bolo, como pode-se ver. A eternidade de segundos antes da superfície fria, me fez olhar em volta, mais uma vez, de novo e novamente. Redundante e óbvio? Como respirar, que deveria nos lembrar a cada segundo, que divinos somos. A muito mais vida, que livros para ler, que ciências para conhecer, que lágrimas para chorar. Só hoje, recebi tantos sorrisos de desconhecidos, só por ser educada, ou gentil, o...

Prelúdio de um vôo.

Em certo momento, acordei, enjoada. o prelúdio do fim dessa semana, me socou o estômago, me deixando zonza. Durante todo dia, entre um trabalho e outro, fui assaltada de mim, arrastada para aquela sensação, que é a sombra da saudade. Entre contas, planejamentos, sonhos e metas, ainda não me encontrei. Não sei o som que sua resposta vai ter. Sabe o que é? É que desde de sempre, eu tive medo. Mas agora, não quero mais ter.

Dois atos, vida.

Não foi tristeza, o que a acordou. Foi uma grandessíssima indiferença, um não-existir. Eis que sua alma, parecia correr em várias direções engatando conversas sem sentido. Um dia ela estava perdidamente apaixonada pela vida, no outro, queria simplesmente morrer. Mesmo no silêncio, a quietude não vinha. Infância. A Bicicleta era grande e rosa, com uma cestinha branca na frente, se quisesse levar alguma coisa. Um misto de medo e alegria, será que se machucaria se tirassem a rodinha de apoio? Sentada no chão de ladrilho vermelho, ela abraçava as pernas, olhava os donos dos cachorros passeando. Ora deitava, no chão ainda quente de sol de tarde e assim, que o sol começava a se esconder entre as folhas verdes que rodeavam o dique, Elas começavam a cantar. Ouvir cigarras era experimentar a paz de um mundo só seu, protegida. Adolescência. O vento bagunçava o cabelo, impregnando-o com cheiro de maresia. O mar sempre cumpria seu papel, quando ela estava melancólica. Ia e voltava ...

sombria.

Tudo que eu queria era a escuridão do dia frio, onde o sol só aparece ao meio dia. Não para despertar tarde, mas para que entre os lençóis frios, seu corpo quente, misturasse seu contorno com o meu. A cada pedacinho de lua que escurece, mais perto fica o dia da grande saudade.

HD de você.

Além da minha vida que ferve lá fora. Do tudo arrumado, trabalho, rotina, café e cortina. Eu parei para bater as fotos e gravar uns vídeos de nós dois. Eis que tudo fica armazenado no HD, até mais do que na vida. E olhei tudo, e ri. Ri do nosso primeiro momento, do frio "das conquistas". Foi divertido ver como eramos bobos, e continuamos bobos, cada um do seu lado, somos bobos da vida. O guarda sol laranja e o céu azul, combinam com seu sorriso. O fim, é que você prefere chuva e tem vergonha de sorrir.

esquetes passadas.

************************* A cova da raiva. Perco a paciência, O rastro,o tato que afaga. Fico cega de raiva... Irada,possessa, sem graça.  Explodo por dentro Com olhar escuro, Semeio silêncio.  Passada, lotada de desejo Sentir nos meus dedos, Esmigalhada a fala mansa ousada, Sem receio do flagra. Pesada, a fala cava e rega Com sangue no olho A semente da mágoa. Pois,segue calada. ********************************* Joana olha insistentemente a cozinha, um clima de amor frio impregna a sala. Tento escrever e escutar uma música ao mesmo tempo, impossível. A música é daquelas que tem que ser ouvida, devorada, sentida nos ossos e no coração. O vento na janela deixou de sussurrar e agora grita no silêncio da casa vazia. Marvin e Joana conversam no tapete, se embolam um tentando imobilizar o outro numa paz absurda, num conflito sem briga, sem raiva. Joana mais cedo achou a dobra do meu joelho um lugar confortável para dormir. Cochilamos juntas, coisa rara afinal. Hoje foi um dia d...

Presente.

Preciso contar um segredo. Revelar um pedacinho tortuoso de mim: Eu classifico pessoas. Não gosto muito de julgar, então classifico. O ato de classificar é feito com base em comportamentos anteriores, podendo ou não incluir juizo de valor destes mesmos comportamentos. Enfim. A partir das minha ações classifico o modo como vou me relacionar com as pessoas, a partir da minha ação no momento. Se eu sorrir para você hoje, quer dizer que amanhã serei assim ou "assado" por que este meu jeito de sorrir, inclui você na minha lista mental tal. Calma, prometi só enlouquecer, ou pelo menos mostrar ao mundo minha loucura, quando estiver mais velha. uns 80 anos. Classificar pessoas mantêm minha mente ocupada, numa tentativa frustrada de ficar no presente. Frustrada porque classificar consiste em analisar o passado e o futuro o tempo todo, enquanto a vida acontece. Isso por ser extremamente irritante. A porta para o presente nos é ensinada ao nascer: Respirar.

Sobre a casa do amor.

Encarou duas imagens. Uma mostrava os olhos por quem ela preparou tudo no coração. Limpou, arrumou, perfumou. Bastava ele entrar, mas ele ficou na porta, mesmo com a porta aberta. Era uma sensação estranha, a visita tão esperada, não passar da porta, mas passar muito tempo lá.   A outra, mostrava os olhos de quem foi entrando, sem ela nem perceber. Entrou, sentou, dormiu, comeu, amou. Logo depois, ela reclamou de algo e ele quebrou tudo. E ela ajudou a quebrar tudo. Por dentro tudo ficou uma bagunça só. Por fora, aquele sorriso polido de quem não vai mostrar o que está sentido de jeito nenhum. Ah mas este era muito mais antigo. uma da manhã, ela lembrou de um outro rosto. Este não bateu na porta. Estava tudo rearrumado, intacto e trancado. Ele apareceu na janela. Sorriu, perguntou se podiam conversar. E conversaram ali mesmo na janela, por horas. Ela não encontra a chave da porta, esqueceu onde colocou.

peixes

Como peixes florescentes coloridos, os pensamentos saltavam brincalhões. A grande maioria nadava sobre acelerar o curto tempo, contando uma história que ainda não existia para ser contada. A correnteza contrária mostrava que a receita para o melhor megulho é a paciência. Peixes não entrelaçam as mãos, mas se caso assim fosse ela podia jurar que flutuava. Fugia do olhar direto, afinal tinha medo de espiar aquela alma que se fazia doce em sua frente. Depois do sono e do sonho ainda pensou que podia ser mais de sonho e voltou a dormir.

De todo modo, obrigada.

o primeiro choro foi desespero, olhou o futuro pela borda com olhos marejados e não viu nada. DESESPEROU-SE em letras garrafais, esqueceu por um segundo que o futuro era aquilo mesmo, nada de que pudesse ver. O segundo choro ela já esperava que viesse, e veio. O plano era nem tocar, mas tocou, abraçou, sentiu uma saudade socar-lhe o meio do coração, a dor veio aos olhos no mesmo instante. Saudades daquela que a gente sente e sabe que vai continuar sentindo. Saudade do que não tem volta. Ela enxergava tudo de um jeito muito diferente agora, acordou de um sonho bom, mas puramente sonho. Quase se sentiu triste por permitir que aquele sonho iludisse sua realidade daquela forma. A rotina, a casa vazia, o silêncio, nossa ela tinha medo.  Sabia que ainda choraria muito, sabia que ainda abraçaria o travesseiro sozinha, não se sentia pronta, mesmo estando. O coração esmagadinho, lhe tirava o ar em alguns momentos, não se morre de amor. Amor nunca mata, ou magoa. Amor ensina, mesmo qu...

F. Pessoa.

e Agora? É prudente abandonar o alvo,aquietar o espírito, alimentar o juízo e seguir em frente. Duas vidas, almas, se encontram de modo singular, podendo até dançar só pelo olhar. Um gesto cortês, se cumprimentar e abandonar o salão. Era tão longe onde eu estava, e estava ali, sem querer sair, mesmo assim. Falar era tão desnecessário, preferia olhar, olhar, até decifrar seu silêncio. No silêncio de alguém existe tantas possibilidades! Nas palavras não ditas, podem ser benção, podem ser malditas, melhor de tudo é que calado, aqui do meu lado, imagino a poesia que eu quiser. Ai, ele hoje não me disse nada, ficou me olhando de longe, voltando para o lugar de onde sempre existiu. Estava entretido com outras pessoas, suas ondas mal encontraram meus olhos. "Oh mar salgado, quanto do teu sal, são lágrimas (minhas) de Portugal?"

Frenesi

Excitação, inquietação no espírito, Frenesi. No início só os meus dedos, agora meu corpo todo tremia discretamente pela vontade de escrever. Eram muitos olhos, e eu queria mergulhar neles. Observar tudo que tinha para ser visto, até ver por dentro. Um par deles, estava dilatados, mesmo no fundo marrom. As vezes a realidade é por hora tão chata, que é necessário imaginar estrelas, e delas vem a vontade de despir a sociedade, deitar e olha para elas por horas. Estou em abstinência de céus estrelados, de vagalumes dourados, de mato. Roubaram meu silêncio e meu drama. Quem vem comigo para o paraíso dos loucos insanos?...meus dedos ficaram mudos.

Vixi, o que será, que será?

Veio a morte, a ausência, o medo, a culpa, a saudade. Ela veio e eu não tinha mais onde colocar o meu amor, joguei então para o infinito, e os raios de sol, ou gotas de chuva, viraram lembranças de abraços passados, no futuro. Em outros casos, Veio a vida, torta e partiu uma elo forte. Me pergunto se partiu, se folgou, se elasteceu. Se partiu,  não tem choro, nem reza que restabeleça ao próximo do que um dia foi? Se elasteceu, não tem jeito e será sem jeito  nosso riso daqui para frente? Se folgou, não é só dar um abraço apertado com amor que resolve? Vixi, não faço ideia.

onde eu coloquei a minha alma?

eu acho que esqueci onde coloquei minha alma. O dia surrupiou as horas diante dos meus olhos e tudo que fiz foi dormir. Não estava dentro de mim, para afagos, para abraços, para sorrisos. Minha voz era menos que música ambiente de elevador. As vezes a gente tem que se perdoar para continuar vivendo. Eu olhei para queda d'agua e sabia que queria continuar com a alma suja. Não queria me reencontrar nos meus olhos. De alma lavada,  ainda nem encarei o espelho. Quando jogada na água pensei que poderia afundar e lá no fundo encontrar o que perdi. Não sou nem um pouquinho santa, menos ainda qualquer coisa que lembre a perfeição, mas tudo ao redor me mostrou como nada, de nada sei mesmo. E é dura essa queda, quando você acha que chegou à algum lugar, qualquer que seja e percebe que escorregou em porra nenhuma. o silêncio daqui me fez escutar algo que eu não estava preparada. Estava completamente surda, para o silêncio de mim mesma. Já gritei, sem me escutar, já falei bobagens, best...

"Late mais alto, que daqui eu não te escuto"

Não tinha troco, para o reboco malfeito, que fez na própria alma. A marteladas destruiu a beleza da calma, do amor vivido de verdade. Queria curti como se ainda tivesse todo tempo do mundo. Curti sem o compromisso com o coração que ia sobre o mesmo teto. Absurdo, ela não tinha cada com isso.

Teorema de perguntas.

Sair ou dormir? Ceder ou fugir? Chorar ou fingir? Amar ou partir? Analisar e mentir? Saber e calar? Morrer, sem matar? Iludir?

Anala

Azeda Lúcida Aguada Nada A louca. Alegre Leveza Acesa Na cama Amada. Antes Louca Atrás da Navalha, do que, Amarga. Olhei meio zonza para as cinco letras que juntas apontam quem sou A L A N A. Tenho cara?

Bagagem.

É difícil seguir em frente, com as bagagens que levamos, é complicado chegar à algum lugar, sem bagagem nenhuma para dizer quem nós somos. O silêncio impõe uma distância gélida aos corações, esse silêncio infestado de frases não ditas. Cada um se abraçou ao orgulho e vestiu o medo de abrir a boca e confrontar verdades. Todos estão certos e essa certeza imperiosa constrói muros sólidos, altos e sombrios. O calor que produz o amor, não se espalha sem permissão daqueles quem tem a capacidade de amar.

Surdez Seletiva.

Alguns olhares simplesmente são surdos. Mesmo traduzindo profundas verdades eles teimam em destilar pseudo-vazios e nada de fato acontece a não ser na minha cabeça de vento. Alguns soam interessantes, outros passam despercebidos, alguns chegam a ser atraentes, o véu que existe entre o conhecer e o não conhecer transmuta percepções, aguça os sentidos. Dancei com a minha imaginação por muito tempo, soltei o dragão pelos cantos da mente, sem trocar de lugar com a realidade. Por fim um por do sol laranja, conduziu os pensamentos entre as estrelas.

2014 - Primeiros passos

Acordou, olhou em volta e respirou mais um dos primeiros dias de um ano novo inteirinho. Sábado: De pijama vermelho seguiu determinada para os fundos, limpou, lavou, enxugou, deu de comer. Seguiu-se o banho, uma ida ao médico de bicho, rápido, vacina. Gritou a mãe, pegou as chaves e desbravou um mercado. O sono da tarde acabou com uma ligação " a lua está linda hoje, não perca a chance de vê-la". Tênis no pé, ganhamos a calçada, vimos a lua e rimos. Na mesa café, pão e conversa. A noite finda com umas contas, para ver como será o mês e um abraço de Orfeu. Domingo:Um estouro, o vento parou e o calor do verão fez a festa no quarto. Acordamos com fome de café. Sol, cantava sedutor da janela e não houve escapatória para vontade de praia. Mais uma vez, tênis no pé e ganhamos a rua. O suor se misturou com a filosofia e com os anseios da vida, o calor derreteu algumas convicções, amoleceu alguns argumentos. A visão do mar de gente concorria com o mar de Deus. A caminhada de vo...

2014. Mulher

Todos os dias serão iguais, mas não até o fim. Os dias serão de sol ou de chuva, principalmente serão de luz. As noites quentes ou frias, serão escuridão. A lua se não nova, crescente,cheia ou minguante. A vontade de viver, estará sempre ao lado da curiosidade sobre a morte e todos em vida terrestre seremos pequenos demais, para saber que sabe alguma coisa. Somos bicho, depois de ser cor, de ser mulher, de ser gente, de ser pessoa. E por isso somos valorizadas ou usadas, como se fosse metro quadrado de terreno. Eis, que nenhum homem, pode ter posso sobre nada de verdade e ainda nutre a ilusão de ser dono do que nunca foi seu. Nas casas, nas valas, nas coxas ora amamos ou apanhamos para sobreviver. 

Ser ar.

falta o ar, só na ideia de não estar. Fico me olhando, andando pela casa, atrás de um livro, um filme me leve a outra história, com final feliz. Fico me olhando, e pareço tão perdida deste ponto de vista. São tantas as possibilidades para o fim da história que agora parece, explodir. de noite inquieta eu sonho incerta com vários cenários possíveis, ora você aparece como lembrança, ora como solução, ora como uma canção de um dia que já passou. São os detalhes da história que emocionam, e abandonam tudo que poderia ser.

Primeiro Dia de novo.

o carinho do vento que sopra a tarde no sofá de casa, bagunçou a leitura do silêncio. Minha mãe sorria, enquanto eu folheava histórias sobre uma pequena aldeia no meio do nada. Não tinha sol demais, ou barulho ou álcool, ou gente demais. Tínhamos só nós duas,e um futuro a perder de vista. A felicidade se desdobrou e se escondeu nas gavetas e atrás das portas de casa, minha alma, volta e meia atropelava o pensamento, louca para espiar o dia de amanhã. Tive que agarra-la pela cintura, para que sentasse calma comigo e voltássemos a ler. O novo entra pulando pela sala. A vida é antiga e se renova. enfim.