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Mostrando postagens de 2009

pegue o seu.

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e talvez o pedacinho mais gostoso da vida é aquele que não leva nenhuma pitada de certeza.

Ponto de vista

três gotinhas molham o jardim, três gotinhas escorregam divertidas sobre a face, três gotinhas são sabiam que seus nomes eram, raiva, frustração e tristeza, elas riam ao cair na grama, as três gotinhas. ela corria descalça todo o caminha de casa até a praça, ela não choraria na frente de ninguém. segurava como podia o choro, as gotinhas. ela era livre e não sabia, sofria pois achava que ser livre é ser sozinha.

crie tudo novo de novo?

ela tinha medo de não cumprir o que tinha prometido, olhando aqueles olhos no escuro, era esta a sua decisão? deitada, o vento fri percorria-lhes as costas e alisava-lhe o rosto. No ar um piano preenchia o silêncio. Seus olhos dançavam pelas luzes natalinas que via da janela, no ritmo da valsa francesa. Ela tinha vista o sol, tinha visto os feirantes começarem o dia. Ria de se mesma na volta para casa, era tão boba. Sentia tudo sumir da mente, pensamentos, anseios, idéias... o olhos abertos era um esforço que ela fazia em quando pensava, que ao dormir e acordar tudo mudava de novo.

Se tocam?

Tem horas que eu queria descobrir o que faz a gente tremer por dentro, febril de desejo por algo, ou alguém. Será o vislumbre de novos sonhos a serem sonhados? Algo me impulsiona para cima, como se o céu me chamasse. **** No sorriso dela o brilho do sol de verão tropical, no seu olhar a força de 300 espartanos. A divindade de ser mulher faz dela ainda mais apaixonada pela vida. **** o suor colado na pele, do que acordam antes do dia. Contornos definidos dos braços que de dia levantam o peso do trabalho e a noite carregam os filhos no colo, sorriem? sua mulher tem a beleza rachada pelas marcas da vida. Seus filhos, os pequenos ainda nutrem sonhos. **** ela passa de carro por um mendigo, ele passa pelo mesmo, mas a pé a caminho do ponto... distraído ele cruza a pista, ela freia em cima e pensar em xingar alguma coisa.. mas acha desnecessário. Eles se olham. se vêem, se enxergam.

Ser sozinho.

vc pode acusar o mundo de se sentir sozinha, quando você mesma tem dificuldades de expressar o que sente? Estava lendo um texto sobre grupos. Nós humanos, quando nascemos de quase nada vale nosso conhecimento genético, sem os adultos. Somos seres solitários em nosso conhecimento, em nossa razão, mas somos essencialmente sociais. Diante disso, fico perplexa! Como uma célula, provocada pela união de um óvulo e um espermatozóide, experimentando um conforto inigualável durante noves meses, nasce para ser essa enorme contradição constante. Somos gerados em conflito. Os corpos por vezes sedentos de desejo se unem freneticamente buscando um ápice de prazer, que explode e colide para nos dar a vida. No nascimento, o medo do desconhecido, a dor lancinante, as expectativas. então do esforço sobre humano nascemos. De noite quando vêm aquela vontade de chorar, aquele escuro. só vc, sua cama(quando se tem uma) e a noite. Mundo parece maior? ou nos damos conta de quanto ele é realmente grande?
a felicidade e a tristeza aparecem abraçadas na minha porta. Uma sorri, a outra chora, por que humanos temos que sentir tudo ao mesmo tempo. Porque meu dia de sol brilhante, não pode ofuscar a tristeza que sinto, profunda e escura, dos recentes acontecimentos. Arranco tudo que sinto, para não sentir nada e esse vazio me dói tanto que os olhos enchem de água. Eu sei as vezes o abraço é sincero, mas muito apertado, sufoca e mata. Eu quero gritar em plenos pulmões que preciso das pessoas que amo, e elas não estão aqui. as fundamentais, ela se foram, estão atrás do muro do orgulho. Minha dor se fez raiva,se fez pranto. o topor tenta me invadir, mas eu vou fugir do meu não viver. sou apaixonada pela vida, me deixe viver esse amor!! Quero cantar alto desafinado, quero acordar com a mesma força todos os dias. quero ao mesmo tempo de tudo me dilacerar em pedaços. me amo e me odeio. como pode ter tudo isso dentro de uma mulher?
acordei com um gosto estranho na boca, ressaca pensei...mas não.. era um pedacinho da solidão que inundou meu quarto ontem, caiu um pouco na minha boca. É meio estranho e desconfortável no começo, mas é bom, eu diria até que saudável, me senti mais forte. Vocês deviam experimentar.

Ella

a lua ja brilhava alto quando ela parou de digitar. Seus olhos ardiam, a fome socava ferozmente seu estomago. " sempre exagerando, né Ella?!" era o que sua mãe diria se a visse assim. Esticou pernas e braços pensando que a única combinação comestível na casa seria cereal com iogurte. O chão estava frio, descalça ela pisou numa poça de água no meio da sala, sorriu sozinha- a chuva na praia foi mesmo violenta molhou até minha sala! -enquanto misturava o ceral ao líquido cremoso e rosa, distraída ensaiou cantarolar a canção da cena que tinha acabado de escrever, Ella nem percebeu quando o que ouvia, não era mais ela que cantava e sim uma canção presente no ar. Comia lentamente, com olhos vagos escutava a hipótica canção, ao se deparar com o prato vazio, percebeu que de fato a cançã estava ali, abafada! Correu até a janela apenas a tempo de escutar ó som diluir no ar.

Seria o óbvio, uma Sereia, Será?

Ele tinha caminhado o dia inteiro. O mais longe que conseguiu alcançar foi a beira do mar. Ali acaba sua jornada, será? A areia já esfriava, a água levemente morna dançava em ondas tímidas, debaixo do céu estrelado. A lua fina, não imperava esta noite, para quem visse de longe, além das estrelas o que brilhava fracamente era o sujeito estirado na borda do mar. De braços abertos, olhando para o véu rosa-roxo, que ia escurecendo aos poucos, ele adormeceu com o carinho das ondinhas no peito do pé. Sonhou com um pingo que veio suicida das nuvens invisíveis da noite, morrendo no meio do peito. Mas o que começou um suicídio solitário de uma gota, revelou-se um temporal de gotas grossas e raivosas que desmachavam-se no corpo do nosso ninguém sonhador. Elas sem saber aliviavam a dor daquele corpo cansado, quase como uma massagem divina e como já não estivesse maravilhoso este sonho, agora uma canção impregnava seus ouvidos e o cheiro de mar ficara mais forte. Do lado de fora dos sonhos do rapa...

Talvez não escreva nada que valha.

eu já nem sei o que andei fazendo com a parte de que é paixão. Hoje estou tão tomada pela parte de mim que não é nada além de. Nada além se ser aluna, nada além de estagiária, nada além de namorada. Meu roteiro se fosse filme, antes da metade todos saberiam o final, sou tão normal.... tão normal, que poderia jurar que não sou eu. Minha loucura inerente, parece que espia pela borda, esperando eu me dar conta, que não dou conta de ser assim. Num copinho de tequila quero dançar como se não houvesse chão. Por que depois de dizer não, a todos que eu achei que me condenavam ou em que meu ombro choravam, eu meio que me perdi de mim. sem vocês meu Deus o que sou?

Eu, eu, eu.

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São tantos dedos em riste, tão pomposos e cheios de si. Alguns são piores não levantam os dedos, são apenas olhadas de canto de olho, desaprovadoras. Todos apontam certos do erro que veêm, mas se encontram um espelho, olham pra cima, desconversam. Eu nunca bradei, alias não vamos nos igualar naõ vamos nos encher de certezas então reformulo: Eu não me lembro de ter bradado para quem quisesse ouvir, que o meu jeito é o certo e que deve-se fazer assim. e nossos títulos nos impede de ser, mas que saco, mãe não pode ser puta, esposa não pode ser safada, adulta não pode ser infantil não se pode ter orgulho em demasia alias nenhum de preferência. Deixe os outros cometerem seus erros e entenda-os, conforte-os, se conforme e não se meta, mas não seja louca , não se atreva a surtar, a mandar ir à merda. Seja o ombro molhado de lagrimas alheias, mas não chore na frente de ninguem. Pare de birra, é assim que você tem que ser, não reclame. Se inflame, pode até inchar, estourar algumas veias, tenha ...

pelas Ventas

o ódio e o frio subiu-me pelas ventas... Tudo ardia e ela morria todo dia quando lembrava o que tinha concordado em fazer. doía por dentro, cada vez que via, queria correr para perto, ou para longe não sabia! Selando a distância que não existia, mas foi imposta. Sozinha, sozinha ela não sorria. Pensava em desistir, mas tinha dito que faria e estava fazendo...aos poucos na certa sumia do coração que já não morava. Estava PUTA da vida.

Muito Obrigada.

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Quando acordei de manhã e me dei conta que estava viva, senti Deus tão vivo, tão eu. pensei com carinho, não sei bem em que, por todo pequenino momento de amor que tenho hoje,que achei que jamais teria novamente. Pensei no abraço que meu irmão me deu, e quando nós nos jogamos no sofá, discutindo a beleza de um ator qualquer, num filme mais qualquer ainda. Lembrei da bochecha macia de minha mãe, quando deu um beijo e disse que voltaria mais tarde. Sinto ainda o abraço do meu pai na porta do cinema, afinal tudo que ele gostaria de me dizer será atraves desse abraço. Lembro do sorriso doce do meu priminho caçula, da pele branquinha da minha prima mais velha depois de mim. Lembro do olhar intenso da outra prima que tem o nome parecido com o meu. Sinto saudade da risada amarela da minha prima mais amarela. Ouço o riso curto do meu tio Gil no elevador, com a camisa do vitória no ombro. Sorrio, ao ver minha tia dançando na entre a gente e a TV. Lembro da tia mais recente que tenho, loirinha...

Elbia

E um dia eu acordei, depois de sonhar que conhecia alguém, que há muito já amo. Antes de tudo, ela era titia. Linda, diferente e distante. Ocupada, sorridente. Uma criaturinha persistente, decidida, dedicada, estudava e só estudava, quando eu ainda não era nem gente. Me deixou perplexa pelo que me lembro, quando cortou as madeixas cacheadas que me faziam sentir mais parecida com ela. Era uma nova tia. Ora arrumada, ora suada, ou ela saía ou malhava. Alimentando o corpo de salada e chocolate e a alma de amor e espiritualidade. Quando ela chega dançando...abraça a filha, ou faz uma careta? e você a olha e sente que tanto amor, que dá vontade de correr para abraça-la!! uma vez ou outra quando estou atenta, vejo um cansaço nos seus olhos, um brilho quase que triste, mas ela se move de um jeito como se a tristeza não conseguisse residir nela... uma carinha de menina que de olhar dá vontade de proteger, mas no seu abraço e no seu sorriso a força é tanta que logo se vê que ela sabe se virar, ...

bem mais leve.

o cabelo agora curtinho, sacudido de baixo d'água entre risadas e música alta. Elas riam e pulavam, corriam, molhavam. Um momento menos adulto, uma brincadeira boba que nasceu numa risada fora de hora e agora eram gargalhadas contínuas. Os transeuntes olhavam passivos, antes vazios de sentido, depois até rindo também. Quando acabaram de rir, a barriga doia, as pernas estavam meio bambas de alegria, ela se jogaram nas poltronas e seguraram os braços..tão leves poderiam ser levadas pelo vento.
*se eu te contar que, segunda eu sorria em paz e feliz? *que na terça meu mundo não conseguia ficar parado, ou era eu que estava perdida, zonza... *na quarta eu quis morrer, sumir, dormir desistir, da dor, não da vida... *na quinta, tudo estava cinza,chato,insuportável e dolorido... *na sexta , o mundo acordou colorido, ou eu acordei, mas ainda só dor, em toda a extensão do ser. *o sábado só eu sei o que posso fazer, é viver ou viver. e o domingo lá vou eu de novo.

doce,doce.

Canto doces canções, Ao amanhecer, Ao anoitecer, Enfeitiço todos ao meu redor. Percorro meu caminho, Seguindo os pedaços de noite No dia. Se você não me entende, Não me siga. Se você não compreende o que eu digo, Não ouse me seguir, Eu caminho em direção a morte, Eu estou seguindo para seu beijo, Seguindo para morrer. Ela é bela e suave, Ela vai sorrir para você. Você deixará de existir, Você não vai mais Ser. Segurando a sua mão, Ela vai estar sempre um passo a frente, Destruindo tudo o que você tentar querer. Se você não compreende, Não me siga, Não há como olhar para trás.

A trilha.

Complete a trilha, quando os pés inchados se recusarem a continuar...complete, foi você que escolheu caminhar. Você não está onde está porque foi obrigado,torturado ou forçado, você escolheu continuar, a trilha não segue reta, tem subida e descida, tem obstáculos que você vai olhar e achar que não consegue transpassar. Quando você estava ao meu lado e eu chorava de dor de desespero, implorando para parar você segurou meu rosto, me olhou nos olhos e disse que eu não podia parar.. que eu tinha escolhido enfrentar, eu te odiei, eu me odiei, eu quis me matar, você me obrigou a me proteger de mim mesmo só com palavras e assim como agora não posso te abraçar, só posso dizer que a escolha foi sua então continue a andar. Assim como você me ensinou eu repito preparada para o seu ódio: PARAR NÃO É UMA OPÇÃO.

um pedacinho de pensamento rápido.

*há liberdade sem conhecimento? a felicidade com ignorância?* **eu não devo contar q o cabelo bagunçava com a velocidade, ela voava e vibrava! O mundo tinha um colorido diferente...assim como uma lente pode deformar a realidade, suas experiências reformavam a mesma. Sentada num jardim comendo brigadeiro no prato da fera, que só era fera por que diziam ser parecida com ela.**

16

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a luz dos olhos.... brilhava um brilho que já não era meu. para o entendimento de todos, um coração atrelado ao outro de maneira tão intensa e sóbria, encontraram na distância a liberdade. Na vontade um sopro do que poderia ser nos próximos amanhãs. o toque era a agonia de querer parar o tempo. Decidimos, todo o poder divino do arbítrio nos impeliu as direções diferentes, rogo que não opostas. então suspiro, e fim...

VERDADE?

Uma dos maiores empecilhos na vida do homem e na sua evolução é uma palavrinha não tão pequena assim. VERDADE? Acho sinceramente que toda palavra verdade? Deveria ser obrigatoriamente escrita com uma interrogação no final, não importando onde ela estivesse na frase, ou se for apenas ela sozinha. Quando temos a Verdade? Todo o resto não interessa e não se pode mais construir um diálogo. Nossa se interrogássemos tantas das nossas verdades? com o afinco que fazemos isso com a verdade? Alheia. Pense o quanto nós iríamos evoluir em 10 minutos pensando....! É por isso que digo não há verdade? Mais verdade? Do que esta que aqui escrevo, não é Verdade ?

aqui dentro.

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minha cabeça está cheia de coisas e vazia de mim. entro no carro ligo o som, chego em casa durmo, acordo assisto tv...parei outro dia no sinal, desliguei o som pra me escutar, escutei um monte de coisas, mas meu pensamentos estavam fracos perdidos em algum lugar. Salvador está na situação que está, um policial passou por mim hoje apontando a arma, eles estão agressivos ou apavorados? a realidade de vez em quando toca meu mundo, o quanto real seria de uma bala atingisse minha pele?o quão espesso seria o sangue? quanta dor eu sentiria? eu sentiria? algo sarcastico na minha cabeça responde: pode ter certeza que sentiria querida! se fosse possível dizer assim, recebi a maior bronca de alguma parte de mim, por desistir antes de começar, ou de tentar como se fosse a opção mais natural a fazer. Foi esquisito ter gritos na minha cabeça de como era ridículo eu ficar me lamentando e colocando a culpa em tudo menos em mim e na minha vontade, nossa eu me xinguei tanto, era uma revolta tão grande,...

dez mil lugares na minha cabeça.

Ainda agora eu fazia cafuné no meu bebê, sorrindo com covinhas iguais a da avó, no instante seguinte eu tremia de frio em algum lugar de Nova York, sentada esperando um taxi. Ou talvez eu estivesse no litoral brasileiro, o observando os engraçados turistas passarem de branquelos à pimentões, e mais adiante os surfistas morenos com fome de onda, nadando em suas pranchas para mais longe da margem. Não, eu não estou mais na praia, estou ou quero estar num metro em são paulo, meu carro esta na oficina, nada grave mas quem sabe não o troco por uma bicicleta? as pessoas no metro são japas, negras, branquelas, essencialmente todas são cinzas. Agora o calor é insuportável, roupas coloridas e peles negras brilham em angola, eu não sei mais nada sobre Angola. Eu e Meu Bem estamos deitados dentro da barraca de camping, encolhidos abraçados um ao outro, escutando a chuva grossa que açoita a flora lá fora. as teclas se eu deixasse, continuariam me levando para inúmeros outros lugares, mas já deu o ...

eram Deuses

a menininha acordou com um clarão no meio da noite vindo da Janela, que dava para o mar. Esfregou os olhos e abriu a boca: A Brisa, se fez um vento tão forte e tão concentrado que ate parecia um ser, o Mar levantava ondas tão grandes em resposta em conflito com a Ventania, eles conversavam, bem com ondas de gigantes podemos dizer que eles discutiam... ou dançavam... -de que sirvo para você? -ventania soprava,- se tudo que é vida em você pouco precisa de mim? ele a olhava e molhava cada vez mais longe as margens de areia, seu movimento intenso a fazia existir, mas em silêncio quebrava no amontoado de pedras. E ela soprava, -aqui eu existo e me sinto movimento, mas vou devastar outras águas e algumas folhas...afinal se permanenço você não conheceria a paz. ela voou e partiu, as ondas agora calmas desenhavam curvinhas na areia...a menina pulou a janela e caminhou..molhou a mão, uma ondinha molhou suas pernas..de boca aberta perplexa ela sentiu um gostinho salgado...de poeira d'agua.

Um livro na janela.

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A menina acordava com o menino do lado, era doce o beijo e irresponsável o desejo que sentiam um pelo outro. Ela queria o mundo todo num abraço. Ele queria o livro mais grosso e uma boa conversa. Ela queria o por do sol de vários lugares e ele queria mostrar isso a ela, para admirar seu sorriso de felicidade. Oxe, mas para quê ir tão longe se ela sorria só de vê-lo feliz? E ele feliz só de estar com ela? E por um tempo a presença dele e o sorriso dela bastaram para fazer a felicidade dos dois.Os dias passavam, sol, sorriso, café e pão, todo dia. Um dia nublado e abafado, a menina não viu o sol e não sorriu. Lembrou que em outro lugar teria sol, mas ele não a levava para lugar nenhum. Ele não viu o sorriso da menina, e sem alegria o dia findou, ele não queria procurar o sol, ele queria ler já que não tinha sorriso. A felicidade da menina estava no rastro do amanhecer dos dias ensolarados, a felicidade do menino estava num sofá fofo e uma pilha de livros ao lado. Ela esperou, olhando pel...
Tem uma vontade dentro de mim que eu não quero. Como posso aceitar a proibição que impus a mim mesma? Como posso entender que não posso mais ir até onde quero e permitir que venha? Parece que o vento o tempo todo canta uma musica triste em meus ouvidos e tem horas que não consigo pensar em mais nada. Isso é parte de mim que não poder ser remolvida, reformulada... A verdade as vezes é feia demais para ser revelada de modo tão direto, então a picoto em pedaços e faço com ela uma escultura, só percebe quem olha com cuidado. _________________________________________________________________________________________ **a cintura suada, mexe-se sinuosa e atrai olhares, ela distraia do garçom ao empresário, em sua dança ela sugeria o que poderia fazer se os quisessem, mas ela queria era dançar....sozinha.**

caixinha de pandora

no sorriso, no bom dia, no café... ela vivia e chorava, chorava e vivia. as lágrimas apagam o caminho atras dos passos. não era um braço, era um abraço que ela perdia, e como doía. Era o resto, a ponta solta dela que diluía, ela chorava, mas sorria. um outro braço num abraço amigo lhe entendia, mas nada dizia, porque palavras não são cirurgias. e os cortes não sangravam, cauterizados estavam , mas ela sentia. pegou a caixinha de madeira que cabia nas mãos, mas o que continha enchia dois mundos. Recolheu a água dos olhos e empurrou mais pro fundo da caixa, será que cabia? Numa dança desegonçada segurava a caixa pesada e a fita na perna do pássaro..voava.
"eu não quero ver você cuspindo ódio para sanar a dor" todo o brilho, a força, a alegria corriam agora perigosamente para um único ponto. A energia deliciosa que guiava os movimentos agora estava desequilibrada, concentrada num abraço louco e dolorosamente apertado. Ela andava...mas seu andar era firme e vazio. a sensação suave estava cercada de sombras, gritava e chorava pedindo para ser solta...não existia mais força nos cantos do corpo, estava tensa, mal. a vida vibrava nas palpebras, lágrimas que não caiam. Tudo de bom ameaçava transbordar para fora e perder-se nos prédios cinzas. queria continuar inteira.

peito aberto

o coração estava esguichando sangue pra todo lado. Nada do habitual, pegar da veia, jogar na artéria...ele queria arte bombeando mais que vida. fechou o olhos enquanto caminhava, estava doendo existir no momento, mas o vento no rosto era tão bom. Queria querer o tinha, queria tanto querer, esfregava as mãos numa oração febril,tanto tanto que machucava. o tempo vagava sem ordem na mente, então lembrava do sorriso e se perdia. estava tonta. besta. boba. cansada também.. então dormiu.
uma parede branca. um relógio branco na parede branca. uma menina sentada na cadeira de madeira escura. um boca de fogão ligada, embaixo de uma panela de vidro. dentro da panela a água borbulha. o ponteiro 'tac', a cabeça da menina "que demora essa água para ferver" tac, "o céu da minha janela não tem estrelas" tac, "eu estou cansada" tac, "já passa da meia noite, quero dormir" tac, "meus olhos ardem" tac, "alguém me abrace por favor" tac, "alguém me veja aqui escorada na cadeira e me abrace" tac, "alguém por favor" tac, "estou sozinha" tac, "ninguém virá" tac, "sozinha" tac, a água borbulha, e a garganta da menina dói, inútil, o choro sobe incontrolável. ela não desaba, ela não grita. tac, a lágrima escorre com suavidade de uma gota que escapa de um pequeno buraco, numa imensa represa. tac, ela já viu uma represa, você já? mais uma lágrima. Ela enxuga a primeira e a se...

A mamãe é só mamãe, papai?

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o drama é aquela calda do bolo que ficou demais e fica escorrendo pelas bordas, esteticamente destroi a beleza do bolo, mas é uma delícia lambuzar-se nas sobras. eis o Drama. A mamãe é só mamãe, papai? A menininha sentada no meio da sala, rodeada de papeis com riscos incompreensíveis, empenhava-se em desenhar uma flor. Papai, ainda não tinha chegado e Dada não aparecera o dia todo. Estava em casa com a mamãe desde que voltara da escolinha e a tarde que prometia ser maravilhosa estava acabando do mesmo jeito que começou, mamãe no quarto e a televisão tomando conta da menininha. Ela já não aguentava mais fazer de tudo na sala, então decidiu que faria nada no quarto da mamãe. bateu na porta com a certeza que mamãe estava cansanda e só a deixaria ficar se ela prometesse ficar bem quietinha. Imagine qual não foi a sua surpresa quando mamãe abriu a porta incrivelmente linda.Agora sim, ela estava entendendo,todas as noites esperava ver um céu estrelado e só via pouquinhas estrelas! Mamãe tinh...
A menininha de um lado segurava a mão da mãe, do outro um balão flutuante verde vivo grande, quase que como um transporte para o céu. Momentos antes ela ria com os bonecos piratas do teatro de fantoches, num desses parques que estão correndo risco de extinção. Estava imersa nas aventuras dos piratas e príncipes quando avistou o balão. Não, não era apenas um balão, ele rodopiava no ar preso as mãos de um sujeitinho simpático, com jeito de papai noel, sem a roupa vermelha. Barbas grandes e brancas, uma camisa branca em contraste com a pele negra, e uma bermuda que mais parecia um jardim. Lá estava ele segurando o balão dos sonhos, o balão que a suspenderia e flutuaria para lugares mágicos, o passaporte para uma aventura! Ansiosa pediu cutucou a mãe e apontou para o balão: Mamãe, mamãe...me dá aquilo? e quando finalmente o tinha em mãos, segurou firme a mão da mãe, esperando a hora da decolagem. Ela já estava imaginando o porque que não estava voando ainda e começava a desconfiar que sua ...

Ninfas da água.

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Um velho robusto canta num ritmo monótono anunciando o fim de tarde As mulheres da túnica amarela trazem a carne sangrenta nos ombros e pouco a pouco depositam-a na grande pedra, os homens preparam o fogo. A velha, a mãe e a menina estão vestidas de branco, pisam na carne tingindo a barra da saia de vermelho. Os pequeninos aguardam com mãos ansiosas e quietas o ultimo raio de sol se afogar no horizonte. Ouve-se apenas o canto do velho. "ooooooouoooooeeeeeeeoooooo" o sol se agofa por inteiro, o velho cala, começa as batidas ritmadas intensas. A menina cambaleia de tempos em tempos e é aparada pela mãe. A lua ilumina o altar onde a menina tenta se manter em pé, as mulheres começam a gritar. Lamentos, angústias, raivas e frustrações, gritam enquanto esmurram a carne. exaustas se calam compartilham o chá turvo da cumbuca e dançam. Tambores, tambores, tambores, dança, canto, grito, tambores... a mãe treme, ela sabe que não pode mais segurar a filha, finalmente ela cede e desfalece...

Folclore?!

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Era uma montanha, que mais parecia uma ilha. Altas e imponentes ávores centenárias forravam de verde escuro o caminho para o céu, perdoem-me a loucura dos sonhos, mas entre suas raizes grossas repousavam carros. é, isso mesmo, carros! De todas as cores, formas e tamanhos, estacionados como se ali fosse o lugar perfeito, tão perfeito que eles ia amontoando, uns sobre os outros. Aquilo não podia continuar assim, fui até os superiores, ou o superior no caso, um homem alto, negro, não sei se indio ou afro, sentou e discutimos sobre como transformar aquele espaço num estacionamento mais rentável.(imagine logo eu que adoro verde, queria forrar tudo de cimento!!)Num piscar de olhos tudo estava pronto, num lado daquela montanha corria um rio de lava que seria atração turística, do outro uma cachoeira que brotava do nada e não seria nada por ser muito perigoso. Quatro crianças agora pendiam para um mergulho quente e mortal, o metal do elevador que chegava a lava( a tal atração turística) tinha ...

corra que é isso mesmo

o vento e o abraço inesperado bagunçou todo o cabelo. Primeiro um grito do pensamento, tão fútil, a preocupação de ter as madeixas fora do lugar. A maciez e o aconchego do abraço a fez perceber o que era de fato importante no momento. Então ficou cega da monotonia que estava mergulhada e percebeu que o segredo era justamente esse, era isso que ela amava... O ABRAÇO. Do que adiantava querer pensar mais em si mesma, tentar de forma egoista cuidar de si, se o que lhe fazia bem, era fazer o outro bem no abraço? De que adiantava tomar guaraná se o refrigerante que lhe agradava o paladar era Coca? óbvio não precisava se afogar em Coca, até porque tudo demais é sobra, mas admitir o que se é, é melhor do que admitir tentar ser a todo custo uma outra coisa. Seu reflexo na janela além do abraço não era realmente um rosto deformado, estava apenas fora de foco.

No fim da tarde

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eu passo direto do ponto, distraída... batuco no teclado pensando num samba, num grupo de roda na praia no domingo,a água de côco, um pandero e um violão. eu penso que no relógio do escritório ainda falta muito pro sino da igreja bater. Eu acho que cinco minutos na frente do engarrafamento não vão me fazer chegar na hora aonde quero. Eu quero ser um vestidinho solto sem compromisso com moda, que molha na beira do rio e enxuga no caminho de casa. Eu sei se chover, vou puxar o guarda chuva da bolsa de marca, tentando equilibrar a linda carteira e o celular. por um furo descarto ou cato uma agulha, linha e laço o pano, reformo.
o barulinho do ar-condicionado quando desligado,silêncio e calor se ligado o barulho do motor, inunda a sala, mas que nada, a gente logo se acostuma. Reservar um dia para você, não, eu não disse um dia seu para ficar com o namorado, nem para mimar a mãe, nem para sair com as amigas. Eu disse um dia para VOCÊ, inteirinho para você ficar com você, mimar você, sair com Você!! Meu Deus você me diz que ainda não tem esse dia disponível na Agenda? que merda é essa? quando foi que você deixou de viver e passou a seguir a agenda? faculdade de manhã- acordar 6:00, não 6:30 vamos dormir mais meia horinha, se arrumar voando, engolir o café da manhã, o que foi que eu comi mesmo? nem vi. corre que o ônibus está chegando e partindo, entrar ofegante, dá o bom-dia-automática-educado-impessoal ao cobrador, chega, desce e corre para pegar o sinal da outra rua fechado, merda abriu? ainda esta fechado, vai abrir? abriu? correeeeeee. desliga o mp3, entra na sala, abre o cardeno, anote tudo o que o professo...

Ímpeto criativo

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Um sentimento estranho, um sussuro proibido diz a verdade, a censura diz Admiração. sonhos enigmaticos sobre a maternidade que me assaltaram agora estão no passado. Fui tomada por um medo engraçado de algum dia me tornar mãe e deixar de ser "mulher". Talvez só as mulheres me entendam e talvez as mulheres já mães, achem graça. As vezes sinto me divida em duas, Eu1 adora a vida que tem, as formalidades, a rotina. a calmaria de uma tarde de domingo embaixo de uma árvore na beira do rio em Jacuípe por exemplo. Eu2 vive distraída, se encantando com sorrisos, olhando intensamente como se quisesse tocar no que está em foco. A poesia faz charme nos meus dedos e se transforma numa prosa pomposa, cheia de metáforas extravagantes. Tirei todas as roupas simples do meu guarda roupa, aquelas que escolho por preguiça de procurar meu estilo, medo de ousar um pouquinho. Resultado fiquei quase sem roupas. No entanto o que eu visto( que sobrou) combinados com um sorriso, com o Meu sorriso, hum...

sonho

eu estava grávida, senti dores corri no quarto ao lado, quando voltei deparei com minha mãe entrando em trabalho de parto...a grávida não era eu? tremia, procurei meu tio para ajudar, levar ao hospital sei lá.. minha mãe estava com os cabelos longos, pretos, escorridos, suava pediu para eu socorrer seu bebê que estava na banheira no comôdo ao lado. Já? Ficaram os dois a resolver a história da placenta. no banheiro um bebê todo vestido brincava na água rasa da banheira, meu trabalho era limpa-lo e tirar aquelas inadequadas roupas. fui tirando, tirando, a ultima peça parecia grudada na frágil pele do bebê, ele chorava a roupa descamava levemente sua pele....segurei seu corpinho, eu tremia ..acordei

2009

2009 reforma ortográfica lutos estágio etc. reservo o meu direito de fechar os olhos por mais de cinco minutos, esvaziar a mente de pensamento e sorrir.