uma parede branca.
um relógio branco na parede branca.
uma menina sentada na cadeira de madeira escura.
um boca de fogão ligada, embaixo de uma panela de vidro.
dentro da panela a água borbulha.
o ponteiro 'tac', a cabeça da menina "que demora essa água para ferver"
tac, "o céu da minha janela não tem estrelas"
tac, "eu estou cansada"
tac, "já passa da meia noite, quero dormir"
tac, "meus olhos ardem"
tac, "alguém me abrace por favor"
tac, "alguém me veja aqui escorada na cadeira e me abrace"
tac, "alguém por favor"
tac, "estou sozinha"
tac, "ninguém virá"
tac, "sozinha"
tac, a água borbulha, e a garganta da menina dói, inútil, o choro sobe incontrolável.
ela não desaba, ela não grita.
tac, a lágrima escorre com suavidade de uma gota que escapa de um pequeno buraco, numa imensa represa.
tac, ela já viu uma represa, você já? mais uma lágrima. Ela enxuga a primeira e a segunda. A terceira e a quarta desliza de seus olhos junto com a quinta, elas começam a ser mais rápidas do que as mãos que tentam em vão as conter. A água borbulha e evapora,a noite é fria e a panela quente. Suada, a pele arrepia.
tac, ela desiste do chá. Desliga a panela, apaga a luz saí da cozinha e vai deitar.
uma parede branca, no escuro
um relógio branco na parede branca, no escuro.
Uma menina remendada, deitada, no escuro.
um relógio branco na parede branca.
uma menina sentada na cadeira de madeira escura.
um boca de fogão ligada, embaixo de uma panela de vidro.
dentro da panela a água borbulha.
o ponteiro 'tac', a cabeça da menina "que demora essa água para ferver"
tac, "o céu da minha janela não tem estrelas"
tac, "eu estou cansada"
tac, "já passa da meia noite, quero dormir"
tac, "meus olhos ardem"
tac, "alguém me abrace por favor"
tac, "alguém me veja aqui escorada na cadeira e me abrace"
tac, "alguém por favor"
tac, "estou sozinha"
tac, "ninguém virá"
tac, "sozinha"
tac, a água borbulha, e a garganta da menina dói, inútil, o choro sobe incontrolável.
ela não desaba, ela não grita.
tac, a lágrima escorre com suavidade de uma gota que escapa de um pequeno buraco, numa imensa represa.
tac, ela já viu uma represa, você já? mais uma lágrima. Ela enxuga a primeira e a segunda. A terceira e a quarta desliza de seus olhos junto com a quinta, elas começam a ser mais rápidas do que as mãos que tentam em vão as conter. A água borbulha e evapora,a noite é fria e a panela quente. Suada, a pele arrepia.
tac, ela desiste do chá. Desliga a panela, apaga a luz saí da cozinha e vai deitar.
uma parede branca, no escuro
um relógio branco na parede branca, no escuro.
Uma menina remendada, deitada, no escuro.
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