Um livro na janela.

A menina acordava com o menino do lado, era doce o beijo e irresponsável o desejo que sentiam um pelo outro. Ela queria o mundo todo num abraço. Ele queria o livro mais grosso e uma boa conversa. Ela queria o por do sol de vários lugares e ele queria mostrar isso a ela, para admirar seu sorriso de felicidade. Oxe, mas para quê ir tão longe se ela sorria só de vê-lo feliz? E ele feliz só de estar com ela? E por um tempo a presença dele e o sorriso dela bastaram para fazer a felicidade dos dois.Os dias passavam, sol, sorriso, café e pão, todo dia.
Um dia nublado e abafado, a menina não viu o sol e não sorriu. Lembrou que em outro lugar teria sol, mas ele não a levava para lugar nenhum. Ele não viu o sorriso da menina, e sem alegria o dia findou, ele não queria procurar o sol, ele queria ler já que não tinha sorriso.
A felicidade da menina estava no rastro do amanhecer dos dias ensolarados, a felicidade do menino estava num sofá fofo e uma pilha de livros ao lado. Ela esperou, olhando pela janela, ele se irritou com a espera dela. Seu sorriso perdeu a cor, o brilho dela se misturava com o cinza do céu, ele nem estava mais lá o tempo todo, tão concentrado nos mundos escritos.
O abraço estava folgado, o beijo apressado, o presente já não era escolhido, somente comprado. Aí, batia uma agonia de quem perdeu a alegria ou esqueceu onde guardou?
Um dia desses um vento forte abriu a porta e num rompante a menina correu atrás do motivo do seu sorriso, ele sentiu falta do sorriso, da menina, deu um suspiro e voltou para o livro.
Continue a escrever, a palavra fala por você aquilo que talvez o mundo não esteja preparado para ouvir, compreender.
ResponderExcluirContinue a escrever como se fosse a um imaginário amigo
Até breve.