Ela estava no barco ao lado, um barrigão desenhado no vestido. Estava em pé, foi num piscar de olhos e a criança saiu caindo na madeira molhada. Não fazia sentido, ela olhou horrorizada para o bebê sem um braço banhado em água e sangue, preferiu acreditar que estivesse morto, então foi embora. Lá estava eu agora, num barco com bebê que não era meu e ele estava morto, eu simplesmente não podia acreditar que uma vida que nem começou já tinha acabado. Segurei a criaturinha e procurei o hospital mais próximo, a enfermeira não pareceu surpresa quando percebeu que ele não tinha um braço. Pegou- o como se estivesse vivo e me disse que ele precisava de um banho, antes de entrar na outra sala, olhou para mim e enfatizou – você precisa acreditar que ele está vivo, senão, não há esperanças. – acenei confirmando que não desistiria dele, orei, orei, orei. Foi à noite que ela o trouxe de volta, limpo, mais corado, vivo, sorrindo, estendendo os braços para mim. Ela não me entregou o bebê, esperou eu ...