Sonho.

Ela acabava de sair do banho, a pele arrepiada ao vento frio que entrava pelo vão aberto na janela – vou morrer de frio desse jeito – pela janela via uma festa, muita cerveja e um homem de olhos mel avermelhados, encarando-a. Sentiu um incomodo com aqueles olhos, afinal ela estava de toalha, mesmo que ele não pudesse ver, do jeito que encarava-a parecia que via-lhe a alma. Fechou a janela, vestiu a roupa, não estava atrasada como de costume. Passava seu perfume predileto para dias especiais, não que ela soubesse quando o dia ia ser especial, mas quando usava aquele perfume decidia fazer do dia um dia maravilhoso.
Ela estava distraída quando o pequeno Lipe entrou. Até aquele momento ela nem sabia da existência da criança ainda mais que seu nome era Lipe. Virou-se admirada, ele era tão lindinho, olhos verdes curiosos olhando para ela. Devia ter uns três anos mas se portava como um homenzinho – olá, mocinho quem é você? – Muito prazer eu sou o Lipe – respondeu ele na voz infantil, ela abriu a janela e ficou conversando sobre um videogame. A casa não era dela, ela não sabia quem era Lipe, pensava em perguntar a amiga,dona da casa, quando pula pela janela o dono dos olhos de mel de fundo vermelho. Ela a olhava de forma hostil, ela sabia que não a faria mal, mas não fazia idéia do que ele podia estar fazendo ali. Ele pediu algo – banheiro? – na porta ao lado – respondeu automaticamente, estava hipnotizada de uma forma estranha. Ele não era daquele mundo, ele não parecia real. Fez o que tinha que fazer, ela tentou se desculpar mas não podia deixá-lo sair pela porta, a casa não era sua ele nem poderia estar ali. Ele agradeceu de modo meio carrancudo e pulou pela janela, apoiou-se no muro e voltou para festa – Bora tia? – exclamou Lipe – vamos – respondeu ela ainda meio aérea.

Comentários

  1. Poxa Alana, se eu tivesse sua capacidade descritiva ia ser o próximo Paulo Coelho da historia.
    Você descreve excepcionalmente bem, eu é que sou meio ambicioso mesmo.

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