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Escorrendo açúcar.

Eu desconheço essa falta de vontade de brigar pelo melhor cenário. Mas cansa descobrir que não posso ficar aqui no seu abraço, por que eu preciso correr e seu braço não sai do lugar. Que a gente foi feito para ser fruto, degustado para que nossas sementes floresçam em outros campos, e você prefere cair e ser adubo da mesma arvore de sempre, do mesmo pedaço de terra. Já fui adubo, ja fui espinho, já fui flor, já fui buquê que morreu sozinho, junto com outras mil juras desse apego que a gente insiste em chamar de amor. E da ultima abelha que vi passar, agarrei suas asas e virei mel, só peço meu bem, não me coloque num vidrinho, no fundo do armário da cozinha.

Deusa

Mais uma vez eu fechei os olhos, mas desta vez, não porque não queria ver o que se desenrolava diante de mim. Fechei os olhos para olhar para dentro, para descobrir por onde escorrem todas noites em que não chorei. Onde vibra os soluços que não me permitir dar, queria descobrir onde hiberna toda essa emoção de ser sagrada. Eis que ao esticar o pescoço para debruçar-me em descoberta, pisei em algum calo do coração e senti que despertava nas profundezas do meu útero, uma mulher poderosa. Parada em frente ao um livro, senti subindo pelas entranhas e se espalhando por todo meu sangue, transbordando em meus olhos, dançando em minhas bochechas, como lágrimas de quem renasce. Ela, eu, todas nós num movimento de aconchego, de (re) encontro.

Primeira Viagem Internacional. #1

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Esta viagem tem relação com amizade, sonhos, uma visão em uma meditação. Estou à algumas horas de distância do tão esperado embarque. Não sei se é medo, ainda fico fantasiando que tudo foi uma grande brincadeira e que minha noite vai acabar em Doritos, Coca cola e Netflix. Desta vez é diferente, eu juntei minhas economias por um ano,  e visualizei este momento uma dezena de vezes. Aconteceram viagens, namorado, trabalho, uma série de coisas foram mudando em minha vida, mas este encontro, era um farol, uma meta constante. Pode parecer bobo, mas senti na prática que ter um meta constante a minha frente, me fez passar pelas adversidades da rotina de um modo mais firme. Estou cheia de "grandes decisões" que quero tomar a partir deste ponto de energia, que meu corpo parece que ficou hibernando desde o início das férias. Foram dez dias suspensos, dormindo muito, olhando muito ao meu redor, pouca ação, e muita reflexão. Agora é hora da ação, de estar desperta, de reconectar, ...

Parceria.

Meu bem, é a segunda vez que coloco a mochila nas costas e vou olhar o mundo por um tempo longe de você. Da primeira vez existia um misto de ansiedade e saudade, pois estávamos nos primeiros passos. Dessa segunda, o coração parece estar mais calmo, afinal já tem um bom tempo que me preparo para esta jornada. Um pouco antes de conhecer, havia tomado a decisão de acreditar no amor. Dentre todos os exemplos aparentemente mal sucedidos que eu conhecia, alguma lição tirei deles. Amar era uma escolha diária, um decisão nem sempre fácil de se tomar. Abracei meu contos de fadas e continuei vivendo minha da adulta transbordando uma felicidade ímpar. Então você apareceu, vamos encarar os fatos, você não é um príncipe encantado num cavalo branco, muito menos eu uma princesa indefesa adormecida te esperando numa torre. Para mim você está mais para uma figurinha holográfica, dessas que vem de surpresa no pacote do Doritos, ora parece um moleque meio sem juízo, que quer apenas uma vida mansa na ...

No tempo.

Nós eramos crianças e não se sabia que tipo de mulheres nos tornaríamos. E quando tudo que fizemos ontem não releva o que realmente passa nas nossas cabeças, percebemos que o presente é um momento único, que vive encharcado de ondas do que passou. Não consigo entender direito essa equação espiritual da vida terrena.

Asas aparadas.

Ela entrou no elevador. Recostou nas paredes geladas e ao final de um suspiro cansado, fechou os olhos devagar, pouco antes de ouvir um estalo. O botão que brilhava em vermelho indicando a proximidade do sétimo andar piscou, a temperatura fria das paredes do elevador provocaram um segundo arrepio que pareceu sussurrar em suas entranhas "essa segurança não é real". Nesse instante ela se deu conta, que estava dentro de uma caixa de metal, sustentada por cabos de aço, sendo erguida a muitos metros de altura do chão, e que mesmo que em 30 anos não se tivesse ouvido falar em um acidente deste elevador caindo, isso não excluía a possibilidade de tal coisa acontecer a qualquer momento, ou pior exatamente naquele momento. E ela possivelmente morreria sozinha, pouco antes de se dar contar daquilo tudo. Quando o maquinário, parou no seu andar e abriu as portas ela estava preste a ter uma crise de pânico, que ficou no ar, sem sentido quando pisou segura no chão.

Na onda.

Entre tantos outros passos, entre tantas fatias de horas, ou dias de uma semana, de um ano qualquer... Casualmente ao olhar da janela, avistei o contorno das fronteiras do corpo, que em breve chamaria de meu bem. uma dúvida, duas ou três coincidências. Era tudo que eu sabia sobre nós. Não sei se tenho medo, o que vejo, ou do que não vejo, quando olho para você. óbvio e clichê, e por muitas vezes inacreditável. me pergunto, novo vício meu? Ou uma condição de ser? De ser mais de um agora, de ser um passo adiante, para esse tipo de futuro, que sempre me pareceu tão distante? caindo na mesma vala, de onde tantas vezes, retornei machucada, vou ficar aqui no fundo desta vez, deitada. Me vejo ansiosa e cansada. Criei raízes ou asas?

Falta de.

Farta de falsas dores. Vazia de amores. Branca a parede da sala, pintei com morangos, uns orangotangos vermelhos, que tem medo do espelho, na porta do quarto. é lá que refletem os abraços, os amassos, os garfos. Fora da rotina, tudo me cansa, pois sou apaixonada pelo o que não me surpreende. Falta de vocês, todos de antes. Deitados na cama, ou pendurados na estante.

Eu já posso rir?

Ai a gente para reler tudinho e cai na gargalhada. Depois de alguns segundos rindo, parei e pensei que é até um pouco triste, esse romance meu com o drama e pior com o sofrimento. Quando nossas certezas da infância perdem o sentido, é preciso escolher como você vai se reescrever. E você vai reescrevendo poemas o tempo todo. É o fluxo da vida. Então reli algumas postagem perguntando para o silêncio do quarto se eu já podia rir de tudo aquilo agora. Descobri algumas coisas, daquela sérias de coisas que você no fundo já sabia, mas se dá conta num momento de ócio. Essas são as verdades da vida. Bom, primeiramente: Pareeeeeee de forjar o sonho, de tentar controlar o rio com as mãos, não deu certo até aqui, não vai dar certo amanhã. Isso faz parte de mim, querer controlar, para tudo sair como no roteiro. Vou ter que me lembrar que não devo fazer isso até o ultimo dia da vida. Isso eu já entendi e aceitei. Segundo: Eu achava que gostava de hambúrguer, na tentativa de lembrar porque eu...