Deusa

Mais uma vez eu fechei os olhos, mas desta vez, não porque não queria ver o que se desenrolava diante de mim.

Fechei os olhos para olhar para dentro, para descobrir por onde escorrem todas noites em que não chorei. Onde vibra os soluços que não me permitir dar, queria descobrir onde hiberna toda essa emoção de ser sagrada.
Eis que ao esticar o pescoço para debruçar-me em descoberta, pisei em algum calo do coração e senti que despertava nas profundezas do meu útero, uma mulher poderosa.
Parada em frente ao um livro, senti subindo pelas entranhas e se espalhando por todo meu sangue, transbordando em meus olhos, dançando em minhas bochechas, como lágrimas de quem renasce.

Ela, eu, todas nós num movimento de aconchego, de (re) encontro.

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