para todas as minhas mulheres, deste plano e dos outros.
Ah minhas irmãs!
Meu útero sangrou! e junto com ele veio a dor.
Chorei, chorei por que tudo, chorei pelos apegos do passado, chorei pelos apegos do que não vivi, chorei por todas as vezes que me preparei para ser mãe e por todas as vezes que me defendi disso.
Sonhei que tanta coisa estava sendo posta finalmente para fora.
Então hoje dancei com minha dor, fechei os olhos e dancei.
Lembrei que nós concordamos em nos proteger, lembrei dos dias de tenda vermelha onde praticávamos a selvagem liberdade de ser mulher, de ser bicho.
Lembrei como em roda, todas juntas dançavam, choravam e sorriam o sentimentos de todas.
Juntas sentíamos:
as dores da irmã que estava perto de dar a luz.
o desespero da irmã que perdera seu filho.
o choro da irmã que liberava sua dor na cólica menstrual.
o gozo da irmã apaixonada que vibrava sua kundalini.
a emoção da irmã que sangrava pela primeira vez.
a dor da irmã que continuava ocupando um lugar de dor em sua relação.
sentíamos tudo e dançávamos com a nossa dor conforme nosso corpo pedia.
não existia espaço para pena, para alimentar a vitimização uma da outra, estávamos ali para dançar com as nossas dores.
Cada mulher ali sabia que tinha sustentação uma das outras, não para nutrir lamentos, mas para encontrar apoio quando decidisse soltar sua dor.
Cada uma sabia que a forma de lidar com sua realidade era única e respeitávamos nossos próprios ritmos.
Através do tempo, continuamos juntas. basta se permitir fechar os olhos que nossas irmãs chegam para nos lembrar da nossa força.
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