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Mostrando postagens de junho, 2014

Presente.

Preciso contar um segredo. Revelar um pedacinho tortuoso de mim: Eu classifico pessoas. Não gosto muito de julgar, então classifico. O ato de classificar é feito com base em comportamentos anteriores, podendo ou não incluir juizo de valor destes mesmos comportamentos. Enfim. A partir das minha ações classifico o modo como vou me relacionar com as pessoas, a partir da minha ação no momento. Se eu sorrir para você hoje, quer dizer que amanhã serei assim ou "assado" por que este meu jeito de sorrir, inclui você na minha lista mental tal. Calma, prometi só enlouquecer, ou pelo menos mostrar ao mundo minha loucura, quando estiver mais velha. uns 80 anos. Classificar pessoas mantêm minha mente ocupada, numa tentativa frustrada de ficar no presente. Frustrada porque classificar consiste em analisar o passado e o futuro o tempo todo, enquanto a vida acontece. Isso por ser extremamente irritante. A porta para o presente nos é ensinada ao nascer: Respirar.

Sobre a casa do amor.

Encarou duas imagens. Uma mostrava os olhos por quem ela preparou tudo no coração. Limpou, arrumou, perfumou. Bastava ele entrar, mas ele ficou na porta, mesmo com a porta aberta. Era uma sensação estranha, a visita tão esperada, não passar da porta, mas passar muito tempo lá.   A outra, mostrava os olhos de quem foi entrando, sem ela nem perceber. Entrou, sentou, dormiu, comeu, amou. Logo depois, ela reclamou de algo e ele quebrou tudo. E ela ajudou a quebrar tudo. Por dentro tudo ficou uma bagunça só. Por fora, aquele sorriso polido de quem não vai mostrar o que está sentido de jeito nenhum. Ah mas este era muito mais antigo. uma da manhã, ela lembrou de um outro rosto. Este não bateu na porta. Estava tudo rearrumado, intacto e trancado. Ele apareceu na janela. Sorriu, perguntou se podiam conversar. E conversaram ali mesmo na janela, por horas. Ela não encontra a chave da porta, esqueceu onde colocou.

peixes

Como peixes florescentes coloridos, os pensamentos saltavam brincalhões. A grande maioria nadava sobre acelerar o curto tempo, contando uma história que ainda não existia para ser contada. A correnteza contrária mostrava que a receita para o melhor megulho é a paciência. Peixes não entrelaçam as mãos, mas se caso assim fosse ela podia jurar que flutuava. Fugia do olhar direto, afinal tinha medo de espiar aquela alma que se fazia doce em sua frente. Depois do sono e do sonho ainda pensou que podia ser mais de sonho e voltou a dormir.

De todo modo, obrigada.

o primeiro choro foi desespero, olhou o futuro pela borda com olhos marejados e não viu nada. DESESPEROU-SE em letras garrafais, esqueceu por um segundo que o futuro era aquilo mesmo, nada de que pudesse ver. O segundo choro ela já esperava que viesse, e veio. O plano era nem tocar, mas tocou, abraçou, sentiu uma saudade socar-lhe o meio do coração, a dor veio aos olhos no mesmo instante. Saudades daquela que a gente sente e sabe que vai continuar sentindo. Saudade do que não tem volta. Ela enxergava tudo de um jeito muito diferente agora, acordou de um sonho bom, mas puramente sonho. Quase se sentiu triste por permitir que aquele sonho iludisse sua realidade daquela forma. A rotina, a casa vazia, o silêncio, nossa ela tinha medo.  Sabia que ainda choraria muito, sabia que ainda abraçaria o travesseiro sozinha, não se sentia pronta, mesmo estando. O coração esmagadinho, lhe tirava o ar em alguns momentos, não se morre de amor. Amor nunca mata, ou magoa. Amor ensina, mesmo qu...