Ainda não.

Muito embora, ainda apaixonados.
Ele já não lembra ao certo qual o mistério que nela existia.
Ela já não se recorda perfeitamente daquele primeiro arrepio, quando ele a beijou de surpresa.

A vergonha de ser imperfeito que fazia o coração disparar, enquanto um lentamente despia o outro, perdeu se na intimidade do acordar e acordar ao seu lado.

Ele conheceu uma mulher tão bacana esse dias, divertida, bonita.
Ela anda tão chata, nervosa cansada.
O bom dia ontem foi meio  seco, hoje nem aconteceu.
A mensagem de carinho, tantas vezes enviada, ontem foi mais objetiva, hoje nem foi escrita.

Ela tem medo de ficar sozinha, depois tem medo de ficar sem ele, depois tem medo de ficar sozinha para sempre, de nunca mais se acostumar com outro sorriso, com outro abraço. Depois lá no fundo ela tem medo de descobrir que sozinha é até mais gostoso, mais solto, mais devasso.

Ele andou tão ocupado, resolveu ligar, saber como é que estar. Ao fim do dia se encontraram.
Um abraço de "finalmente te encontrei" acontece, um beijo de "eu te amo" explode em um turbilhão de felicidade. Ele já nem lembra da mulher que conheceu mais cedo. Ela já nem lembra que desejou a solidão.

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