Tadinha

O homem que ela amou, não existe mais.

Uma paixão imensa, intensa, de fazer chorar.

Algumas noites mesmo sabendo que o veria pela manhã doíam os ossos de tristeza por não estar com ele no exato momento. Um típico amor romântico, onde até o ciúme sem sentido era motivo de graça. O homem que ela amou a violentou moralmente distorceu seus segredos mais íntimos e os esfregou na sua face já molhada de lágrimas. Ela o amava, ele amava. O problema é que eles não sabiam o que era amar. Promessas absurdas que todos os amantes conhecem foram feitas, num futuro onde um moraria na vida do outro pacificamente.
O desejo ela nem comenta. Era lindo, único vê-lo no ápice de um êxtase. Ele não reconhecia nem legitimava a beleza que nela morava, ele era belo e não acreditava, por não acreditar censurava nela a beleza herdada.
Era épico, digno de drama quando eles se reconciliavam, ele sempre por ela. Ela sempre por ele, ambos frustrados com tudo.

Ele morreu, antes mesmo que ela soubesse. Pobrezinha, nem pode prestar condolências a seu primeiro amor, está morto, mas o cadáver continua andando de um lado por outro a viver sua vida.


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