Para as minhas mulheres:
mais de uma vez experimentei tão grande sofrimento ao olhar para mulheres que ajudei, na época e que enquanto eu caminhava para minha fogueira, guilhotina ou forca, nada fizeram. Elas apenas me olhavam. Em alguns momentos gritei e chorei, os homens deduziam que meus gritos eram de arrependimento ou desespero, mas eram puramente da dor, de saber que eu precisava nas entranhas de ao menos um abraço das minhas irmãs e ao mesmo tempo entendia que elas me estendessem a mão, teriam o mesmo fim que eu. em outros momentos, me mantive altiva, repetindo para mim mesma que era forte e que me bastava, ciente que se elas estendessem a mão, seriam decapitadas junto comigo, ressentida de me sentir tão sozinha, mesmo que tenha escolhido ajuda-las sabendo dos termos e dos riscos. Ajuda-las a sobreviver aos seus homens. A curar com a bruxaria as feridas do corpo e da alma. e por essa escolha, fui privada da maternidade tantas vezes que terminei por renuncia-la. Uma renuncia tão profunda que nest...