Dois atos, vida.
Não foi tristeza, o que a acordou. Foi uma grandessíssima indiferença, um não-existir. Eis que sua alma, parecia correr em várias direções engatando conversas sem sentido. Um dia ela estava perdidamente apaixonada pela vida, no outro, queria simplesmente morrer. Mesmo no silêncio, a quietude não vinha. Infância. A Bicicleta era grande e rosa, com uma cestinha branca na frente, se quisesse levar alguma coisa. Um misto de medo e alegria, será que se machucaria se tirassem a rodinha de apoio? Sentada no chão de ladrilho vermelho, ela abraçava as pernas, olhava os donos dos cachorros passeando. Ora deitava, no chão ainda quente de sol de tarde e assim, que o sol começava a se esconder entre as folhas verdes que rodeavam o dique, Elas começavam a cantar. Ouvir cigarras era experimentar a paz de um mundo só seu, protegida. Adolescência. O vento bagunçava o cabelo, impregnando-o com cheiro de maresia. O mar sempre cumpria seu papel, quando ela estava melancólica. Ia e voltava ...