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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Bagagem.

É difícil seguir em frente, com as bagagens que levamos, é complicado chegar à algum lugar, sem bagagem nenhuma para dizer quem nós somos. O silêncio impõe uma distância gélida aos corações, esse silêncio infestado de frases não ditas. Cada um se abraçou ao orgulho e vestiu o medo de abrir a boca e confrontar verdades. Todos estão certos e essa certeza imperiosa constrói muros sólidos, altos e sombrios. O calor que produz o amor, não se espalha sem permissão daqueles quem tem a capacidade de amar.

Surdez Seletiva.

Alguns olhares simplesmente são surdos. Mesmo traduzindo profundas verdades eles teimam em destilar pseudo-vazios e nada de fato acontece a não ser na minha cabeça de vento. Alguns soam interessantes, outros passam despercebidos, alguns chegam a ser atraentes, o véu que existe entre o conhecer e o não conhecer transmuta percepções, aguça os sentidos. Dancei com a minha imaginação por muito tempo, soltei o dragão pelos cantos da mente, sem trocar de lugar com a realidade. Por fim um por do sol laranja, conduziu os pensamentos entre as estrelas.

2014 - Primeiros passos

Acordou, olhou em volta e respirou mais um dos primeiros dias de um ano novo inteirinho. Sábado: De pijama vermelho seguiu determinada para os fundos, limpou, lavou, enxugou, deu de comer. Seguiu-se o banho, uma ida ao médico de bicho, rápido, vacina. Gritou a mãe, pegou as chaves e desbravou um mercado. O sono da tarde acabou com uma ligação " a lua está linda hoje, não perca a chance de vê-la". Tênis no pé, ganhamos a calçada, vimos a lua e rimos. Na mesa café, pão e conversa. A noite finda com umas contas, para ver como será o mês e um abraço de Orfeu. Domingo:Um estouro, o vento parou e o calor do verão fez a festa no quarto. Acordamos com fome de café. Sol, cantava sedutor da janela e não houve escapatória para vontade de praia. Mais uma vez, tênis no pé e ganhamos a rua. O suor se misturou com a filosofia e com os anseios da vida, o calor derreteu algumas convicções, amoleceu alguns argumentos. A visão do mar de gente concorria com o mar de Deus. A caminhada de vo...

2014. Mulher

Todos os dias serão iguais, mas não até o fim. Os dias serão de sol ou de chuva, principalmente serão de luz. As noites quentes ou frias, serão escuridão. A lua se não nova, crescente,cheia ou minguante. A vontade de viver, estará sempre ao lado da curiosidade sobre a morte e todos em vida terrestre seremos pequenos demais, para saber que sabe alguma coisa. Somos bicho, depois de ser cor, de ser mulher, de ser gente, de ser pessoa. E por isso somos valorizadas ou usadas, como se fosse metro quadrado de terreno. Eis, que nenhum homem, pode ter posso sobre nada de verdade e ainda nutre a ilusão de ser dono do que nunca foi seu. Nas casas, nas valas, nas coxas ora amamos ou apanhamos para sobreviver. 

Ser ar.

falta o ar, só na ideia de não estar. Fico me olhando, andando pela casa, atrás de um livro, um filme me leve a outra história, com final feliz. Fico me olhando, e pareço tão perdida deste ponto de vista. São tantas as possibilidades para o fim da história que agora parece, explodir. de noite inquieta eu sonho incerta com vários cenários possíveis, ora você aparece como lembrança, ora como solução, ora como uma canção de um dia que já passou. São os detalhes da história que emocionam, e abandonam tudo que poderia ser.

Primeiro Dia de novo.

o carinho do vento que sopra a tarde no sofá de casa, bagunçou a leitura do silêncio. Minha mãe sorria, enquanto eu folheava histórias sobre uma pequena aldeia no meio do nada. Não tinha sol demais, ou barulho ou álcool, ou gente demais. Tínhamos só nós duas,e um futuro a perder de vista. A felicidade se desdobrou e se escondeu nas gavetas e atrás das portas de casa, minha alma, volta e meia atropelava o pensamento, louca para espiar o dia de amanhã. Tive que agarra-la pela cintura, para que sentasse calma comigo e voltássemos a ler. O novo entra pulando pela sala. A vida é antiga e se renova. enfim.