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Mostrando postagens de julho, 2009

caixinha de pandora

no sorriso, no bom dia, no café... ela vivia e chorava, chorava e vivia. as lágrimas apagam o caminho atras dos passos. não era um braço, era um abraço que ela perdia, e como doía. Era o resto, a ponta solta dela que diluía, ela chorava, mas sorria. um outro braço num abraço amigo lhe entendia, mas nada dizia, porque palavras não são cirurgias. e os cortes não sangravam, cauterizados estavam , mas ela sentia. pegou a caixinha de madeira que cabia nas mãos, mas o que continha enchia dois mundos. Recolheu a água dos olhos e empurrou mais pro fundo da caixa, será que cabia? Numa dança desegonçada segurava a caixa pesada e a fita na perna do pássaro..voava.
"eu não quero ver você cuspindo ódio para sanar a dor" todo o brilho, a força, a alegria corriam agora perigosamente para um único ponto. A energia deliciosa que guiava os movimentos agora estava desequilibrada, concentrada num abraço louco e dolorosamente apertado. Ela andava...mas seu andar era firme e vazio. a sensação suave estava cercada de sombras, gritava e chorava pedindo para ser solta...não existia mais força nos cantos do corpo, estava tensa, mal. a vida vibrava nas palpebras, lágrimas que não caiam. Tudo de bom ameaçava transbordar para fora e perder-se nos prédios cinzas. queria continuar inteira.