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Mostrando postagens de abril, 2014

F. Pessoa.

e Agora? É prudente abandonar o alvo,aquietar o espírito, alimentar o juízo e seguir em frente. Duas vidas, almas, se encontram de modo singular, podendo até dançar só pelo olhar. Um gesto cortês, se cumprimentar e abandonar o salão. Era tão longe onde eu estava, e estava ali, sem querer sair, mesmo assim. Falar era tão desnecessário, preferia olhar, olhar, até decifrar seu silêncio. No silêncio de alguém existe tantas possibilidades! Nas palavras não ditas, podem ser benção, podem ser malditas, melhor de tudo é que calado, aqui do meu lado, imagino a poesia que eu quiser. Ai, ele hoje não me disse nada, ficou me olhando de longe, voltando para o lugar de onde sempre existiu. Estava entretido com outras pessoas, suas ondas mal encontraram meus olhos. "Oh mar salgado, quanto do teu sal, são lágrimas (minhas) de Portugal?"

Frenesi

Excitação, inquietação no espírito, Frenesi. No início só os meus dedos, agora meu corpo todo tremia discretamente pela vontade de escrever. Eram muitos olhos, e eu queria mergulhar neles. Observar tudo que tinha para ser visto, até ver por dentro. Um par deles, estava dilatados, mesmo no fundo marrom. As vezes a realidade é por hora tão chata, que é necessário imaginar estrelas, e delas vem a vontade de despir a sociedade, deitar e olha para elas por horas. Estou em abstinência de céus estrelados, de vagalumes dourados, de mato. Roubaram meu silêncio e meu drama. Quem vem comigo para o paraíso dos loucos insanos?...meus dedos ficaram mudos.